“O digital não vai matar o papel”. Essa declaração foi feita em 2015 por ninguém menos do que Sergio Maria, então diretor de estratégia do Google para a América Latina.
E, se pararmos para pensar na história da tecnologia, principalmente daquela destinada à comunicação e à troca de conteúdo, diversas mídias foram se sobrepondo e coexistindo. Caso clássico do rádio com o cinema e a TV.
A exceção fica por conta daquelas que foram substituídas por outras com a mesma finalidade – é bem provável que você tenha se lembrado do LP, que conviveu um tempo com o CD até se tornar artigo de colecionador, e, por sua vez, o próprio CD ficou obsoleto com a entrada de outros recursos de armazenamento e reprodução de músicas.
Porém, quando consideramos o “embate” entre os meios digital e impresso, é mais fácil perceber que são duas formas de entregar o mesmo conteúdo, ou que há casos em que cada meio cumpre melhor determinada função.
Afetividade e credibilidade
A pergunta que muitos devem estar se fazendo ao ler este texto é: se o digital cumpre de forma mais precisa e veloz o que o impresso entrega, por que ainda apostar no formato impresso?
A resposta não está no formato da mídia, mas no consumidor. Faça você mesmo uma enquete com diversos públicos, de perfis, gêneros e faixas etárias distintas, e verá que o impresso carrega uma certa memória afetiva e provoca uma postura mais ativa do consumidor, que se “empodera” ao manusear o objeto que lhe fornece o conteúdo.
E foi para esse consumidor de conteúdo que o impresso também mudou. É fato consagrado que os “jornalões” e as revistas semanais perderam mesmo seu espaço. Mas há um outro nicho sendo ocupado pelas mídias customizadas, especializadas, até superespecializadas, com distribuição patrocinada e entrega gratuita. É o caso de publicações temáticas, jornais de bairro, revistas de corporações, de associações e de entidades de classe.
Essas mídias quase personalizadas trazem como diferencial uma proximidade de interesse, e até mesmo uma proximidade física com o leitor, o que confere a elas credibilidade. Mesmo que o conteúdo seja transferido para o formato digital, ou que se use ambos – a entrega nos dois formatos talvez seja a melhor estratégia −, o impresso gera uma sensação de “estou sendo prestigiado, faço parte de um grupo, de uma comunidade”.
O que vai melhor no papel?
Tudo bem, é possível construir vários argumentos em defesa do meio impresso. Mas, quando o impresso deve ter prioridade sobre o digital?
Pense em um catálogo promocional; ou em um book de moda e beleza; ou numa peça de apresentação para produtos do segmento superluxo (joias, automóveis, aeronaves, vinhos…); que tal uma edição de ouro de um clássico da literatura?
Se vem em uma impressão com os melhores recursos gráficos, em papel especial, cores vivas, formato diferenciado, fotos profissionais, texto bem distribuído e layout moderno (ou pós-moderno!), o papel se torna insuperável por qualquer outra mídia.
Se não acredita, responda: que outro formato de mídia permite o uso de alto-relevo e capa dura?
Portanto, não é necessário decretar a morte do papel pelo digital. Com bom conhecimento e visão estratégica, dá para usar muito bem os dois formatos, cada um no seu momento, ou de forma complementar. Quem vai decidir isso é o público com quem você quer se comunicar.
Aprenda mais: a confiança no impresso
Veja esta pesquisa do Instituto Nielsen que mostra o grau de confiança de cada formato de mídia. Aviso: você pode se surpreender.
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