Quando um novo ano começa, a nossa vida pode ser simbolizada por um autêntico papel em branco. Ou seja, é sempre um recomeço, uma chance para “escrevermos” novos planos em uma folha de papel branca e vazia.
Foi pensando nessa simbologia que se criou o Janeiro Branco, uma campanha similar a outras, como Setembro Amarelo e Novembro Azul, para chamar a atenção para as questões relacionadas à saúde mental e emocional – o “Branco” é uma nova forma, uma nova chance de pensar essas questões.
A iniciativa é do psicólogo Leonardo Abrahão Pires Rezende, que formou em 2014 um movimento apoiado por voluntários de todo o Brasil para disseminar informações e dados sobre saúde mental.
Dessa forma, são promovidas palestras, campanhas e eventos para conscientizar as pessoas sobre o quadro da saúde mental no Brasil e, ao mesmo tempo, combater estigmas que tornam o portador de transtornos mentais vítima de preconceitos.
A saúde mental no Brasil
Estudo realizado em 2021 pelo Instituto IPSOS mostra o Brasil à frente quando o assunto é “preocupação com a saúde mental”. A pesquisa, realizada com 21 mil pessoas, trouxe como destaque:
- As mulheres e os mais jovens formam a parcela da população mais preocupada com o assunto
- Para 40% dos entrevistados, a questão da saúde mental é um dos principais problemas sanitários do Brasil
Já para o Cofen (Conselho Federal de Enfermagem ), os impactos emocionais provocados pela pandemia de Covid-19, com perdas familiares, sentimento de medo, instabilidade no trabalho e falta de socialização aumentaram o nível de estresse e sofrimento psíquico dos brasileiros.
Números da OMS (Organização Mundial de Saúde) mostram o mapa da saúde mental no Brasil:
- Cerca de 5,4 milhões de brasileiros padecem de transtornos mentais severos que precisam de cuidados médicos contínuos
- De 6% a 10% da população acabam sendo vítimas de transtornos causados pelo uso de drogas e álcool
Aprenda mais: o cinema, a literatura e a saúde mental
O cinema e a literatura sempre estiveram atentos à forma como a saúde mental é vista pela sociedade e, como arte, contribuíram para denunciar situações reais e propor um olhar mais humanizado sobre a situação.
Veja a seguir alguns filmes e livros que buscaram na questão dos transtornos mentais temas para seus roteiros:
- Holocausto Brasileiro – livro publicado em 2013 e que chegou aos cinemas como documentário três anos depois, retratando os maus-tratos dos internos do Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais
- Bicho de Sete Cabeças – filme lançado no ano 2000, com o ator Rodrigo Santoro
- Garota, interrompida – também do ano 2000, o filme é estrelado por Winona Ryder e Angelina Jolie, que representam duas jovens internadas em um hospital psiquiátrico para mulheres
- Uma Mente Brilhante – o filme aborda a história do gênio da matemática John Nash, portador de esquizofrenia
- O Demônio do Meio-Dia, uma Anatomia da Depressão – livro de Andrew Solomon
- Mentes Inquietas – nesse livro, Ana Beatriz Barbosa Silva analisa o TDAH, trazendo esclarecimentos sobre o correto diagnóstico, principalmente em crianças.
A Rona Editora apoia o Janeiro Branco e incentiva seus colaboradores a refletirem sobre o tema!